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29
2021

Play the VTR fucker!

✷✷ BORN IN FLAMES ✷✷

Na Linha Sci-Fi Feminista de Guerrilha: Dirigido por Lizzie Borden, a película de 1983 antevê a ocupação dos espaços de comunicação com a estética engajada.

Construída de forma crua por meio de performances, “Nascidas nas Chamas” é retórica visual de guerrilha, ironizando o formato televisionado, do documentário e o discurso oficial.

Sem deixar de propor questionamentos sobre a própria afirmação política, Lizzie Borden usa colagem numa gradação que beira à explosão do Exército de Mulheres.

A líder do Exército é uma ativista negra, Adelaide Norris (Jean Satterfield), que trabalha com uma teórica mais velha, Zella Wylie (interpretada pela escritora e ativista Flo Kennedy). A visão de Zella do movimento é global, tática e (quando necessário) violenta e, sob sua orientação, Adelaide se envolve com mulheres revolucionárias no Saara espanhol.

Ao retornar para Nova York, Adelaide morre sob custódia policial; sua morte é oficialmente rotulada de suicídio, mas outros membros do movimento acreditam que ela foi assassinada e procuram expor o encobrimento.

O tempo se passa num futuro, 10 anos após uima silenciosa revolução socialista, na qual se percebe que o corporativismo patriarcado permanece o mesmo do regime capitalista.

A saída é a revolução de conteúdo, ocupando as rádios e TVs, mesmo que para a ocupação se use violência, com energia disruptiva e trilha sonora pós-punk.

Quem faz uma ponta como repórter é a cineasta Kathryn Bigelow. Importante notar os desdobramentos da obra, como “Las Hijas del Fuego”, película argentina de Albertina Carri, exibida na Sessão Cinemática em 2019.

Disponível com legendas traduzidas gentilmente por #ystilingueira, em:

Bit.ly/borninflameson

“Play the VTR3, fucker!”
(Dica de RP.)